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Níquel

Metal usado na cunhagem de moedas e considerado de transição. Acredita-se que os chineses já utilizavam o níquel em tempos remotos. A designação de Kupfernickel, era aplicada por mineiros alemães para indicar o falso cobre que extraíam da mina.

Definido como um metal branco prateado, levemente duro, maleável, de boa resistência à oxidação e à corrosão, símbolo químico Ni, pertence ao grupo VII da tabela periódica.

Destaca-se pelo seu magnetismo, que o transforma em um imã em contato com campos magnéticos, seu peso específico é de 8,5 g/cm³, dureza escala de Mohs 3,5, o sistema e cristalização é isométrico e o número atômico é 28. O metal também se destaca pela sua relativa resistência a oxidação e corrosão, sendo mais duro que o ferro.

Uma das características do níquel é melhorar as propriedades da maioria dos metais e ligas a que associa. Ao todo, mais de três mil ligas de níquel encontram aplicação industrial ou doméstica. Cerca de metade da produção do metal é utilizada em ligas de ferro. Os compostos de níquel são úteis na proteção de materiais, em forma de niquelados, e na fabricação de polos elétricos em cubas eletrolíticas, esmaltes e recipientes de armazenamento dos derivados de petróleo.

O níquel é extraído de dois tipos de minerais: lateríticos e sulfetados. Apesar de 70% das reservas mundiais serem encontradas na forma laterítica, apenas 40% do níquel produzido é lalterítico. As lateritas são mais utilizadas na produção de ferroníquel, que é utilizado diretamente na produção de aço.

Alguns minerais lateríticos são utilizados para produzir níquel para fusão e mate. Sulfetos são refinados para produzir níquel de alta pureza (high-grade).

Aplicações

Puro ou em ligas metálicas, o níquel tem muitas e variadas aplicações.

Visto ser um metal muito resistente à corrosão, não é surpreendente que 65% da produção mundial de níquel seja destinada para a produção de aço inoxidável. O aço inoxidável é uma liga constituída principalmente por ferro, com 18% de cromo e 8% de níquel. Este aço é usado nas mais diversas aplicações desde o simples material de cozinha até material de construção para trilhos de trem ou a construção de plataformas petrolíferas offshore.

Algumas outras ligas que contêm níquel têm aplicações interessantes. Exemplos:

  • O Monel é uma liga de níquel e cobre que é extremamente resistente à corrosão em especial na água salgada sendo por isso utilizada na indústria naval e petrolífera. Por ser resistente a meios ácidos é também utilizada na indústria alimentícia.
  • As ligas Inconel possuem ainda resistência à corrosão sob tensão em meios com cloretos devido ao alto teor de níquel; e esse elemento confere ainda resistência à meios básicos (como soda cáustica) e meios ácidos redutores diluídos, contudo não impede à corrosão por pites ou por formação de depósitos na superfície da peça.
  • Ligas níquel e cromo, contendo entre 11 % e 22 % de cromo e pequenas quantidades de outros elementos, são constituintes comuns nas resistências elétricas de torradeiras e fornos.
  • Outra utilização das ligas de níquel é a cunhagem de moedas. O exemplo mais mediático é a moeda de 5 centavos de dólar americano, que é designada por níquel, mas que, de fato, só contêm 25% de níquel na sua composição. Esta moeda começou a ser produzida em 1865. Por outro lado, na Europa, as moedas com níquel foram introduzidas na Bélgica em 1860. Ainda hoje continuam a ser cunhada em Portugal moedas em liga de cuproníquel, uma liga de cobre e níquel.
  • Aplicações no pré-sal: Soluções para reduzir a corrosão, com a utilização de aço forjado com revestimento de ligas de níquel em larga escala. (linhas de transporte de óleo e os anéis BX, colocados entre as flanges das tubulações de óleo)
  • Manuseio de soda cáustica; Peças de bombas, eixos propulsores, equipamentos para decapagem e processos químicos.
  • Metalização: Níquel Duro Químico, um tipo especial de revestimento que aumenta a resistência à abrasão e corrosão e que não requer corrente elétrica, retificadores ou ânodos para que ocorra a deposição do metal.

Mercado no Brasil

As reservas totais de minério de níquel do país, predominantemente formadas por minerais lateríticos, estão estimadas em cerca de 10,0 milhões de toneladas de níquel contido, e distribuem-se por cinco estados. São eles: Goiás, Pará, Piauí, Minas Gerais e São Paulo. Apesar de as estatísticas oficiais não registrarem, a Bahia detém reservas estimadas em mais de 500 mil toneladas de níquel contido. Entretanto, são nos estados de Goiás e Pará que se concentram mais de 80% dessas reservas e os maiores e os mais importantes depósitos econômicos de níquel do país.

A mineração de níquel brasileira, que ultrapassou o patamar de produção de 40.000 toneladas anuais de níquel contido em 2011, é realizada predominantemente nos estados de Goiás e Minas Gerais, que juntos respondem pela totalidade da produção do país, sendo que do primeiro estado provém cerca de 85% do total. O parque produtivo do níquel é moderno e atualizado tecnologicamente, em razão de contínuos investimentos realizados pelas grandes empresas do setor. 

A concentração da produção em poucas unidades é também uma característica observada na mineração de níquel brasileira. Cerca de 90 % da produção provêm essencialmente de três complexos mínero-metalúrgicos - voltados única e exclusivamente à obtenção de produtos de níquel – matte para exportação, liga Fe-Ni, e carbonato de níquel, matéria-prima para produção de níquel eletrolítico em unidade localizada em São Miguel Paulista, estado de São Paulo.

Em 2011, a produção mundial de níquel girou em torno de 1,7 Mt. Foram responsáveis por mais de 60% da produção a China, com participação de 29%; Rússia, 16%; Japão, 9,4% e Canadá 8,6%. O Brasil produziu 43,1 mil toneladas, 3% superior à de 2010, se posicionando no 9º lugar do ranking mundial, com participação de 2,6%.

As exportações brasileiras de níquel somaram 41,8 kt e US$ 431 milhões, apresentando crescimentos de 34% e 95%, respectivamente. 97% dessas exportações são referentes ao níquel primário (eletrolítico e mates de níquel), com 45% das vendas destinadas à Finlândia. As importações totalizaram 4,0 kt e US$ 140,8 milhões, apresentando crescimentos de 12% e 30%, respectivamente, destacando-se como principais fornecedores a Áustria, Noruega, Canadá e França. O saldo da balança comercial apresentou superávit de US$ 460,8 milhões, valor 42% maior que o apresentado no ano anterior.

Segundo o Instituto de Metais não ferrosos (ICZ) o consumo aparente foi da ordem de 19,7 kt, inferior em 9% ao de 2010.m 2011, estimou-se um faturamento da ordem de US$ 840 milhões.
 

Fonte: ICZ e MME