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Conceituação

 

Cadeia Produtiva é o conjunto de atividades que se articulam progressivamente desde os insumos básicos até o produto final, incluindo distribuição e comercialização, constituindo-se em segmentos (elos) de uma corrente.

O uso do conceito de cadeia produtiva permite, entre outros: (i) visualizar a cadeia de modo integral; (ii) identificar debilidades e potencialidades nos elos; (iii) motivar articulação solidária dos elos; (iv) identificar gargalos, elos faltantes e estrangulamentos; (v) identificar os elos dinâmicos, em adição à compreensão dos mercados, que trazem movimento às transações na cadeia produtiva; (vi) maximizar a eficácia político-administrativa por meio do consenso em torno dos agentes envolvidos; (vii) identificar fatores e condicionantes da competitividade em cada segmento.

As teorias tradicionais do comércio internacional não tiveram em conta a divisão internacional das cadeias produtivas. De acordo com essas teorias, os países deveriam se especializar em bens finais nos quais possuíssem uma vantagem comparativa. Estes países deveriam exportar esses produtos e importar produtos para os quais eles teriam uma desvantagem comparativa, os quais não deveriam mais produzir, dada a escassez dos fatores de produção. O intercâmbio comercial entre os países torna possível economizar fatores de produção e, portanto, conduz a ganhos em relação a uma situação de autarquia. Nesta abordagem tradicional, as cadeias de produção domésticas não seriam interrompidas pelo comércio internacional.

O processo de globalização, ou seja, a reorganização da produção em escala mundial, já ocorre há bastante tempo, mas se acentuou bastante desde a década de oitenta, dando origem a um rápido crescimento do comércio de bens intermédios.

Na medida em que os processos de produção se tornam mais internacionalmente fragmentados, as empresas situadas em diferentes países participam na produção de uma mesma mercadoria final, mas em diferentes fases da cadeia produtiva O valor agregado da cadeia é dividido por vários países e empresas e envolve, cada vez mais, fluxos de comércio internacional de bens pertencentes a um único setor, mas em diferentes fases de produção. A segmentação internacional dos processos de produção é estimulada pela busca da minimização dos custos e economias de escala que surgem através da expansão dos mercados.

Esta evolução resulta de vários fatores. Primeiro, a possibilidade de dividir os processos de produção depende das técnicas de produção das indústrias. A segmentação da produção é realizada nas indústrias em que os processos de produção podem ser discriminados em operações independente e tecnologicamente separadas, fornecendo insumos intermediários destinados a um produto final. Um segmento (elo) da cadeia produtiva é, assim, definido como o processo de produção que produz um bem acabado utilizado como insumo para o segmento seguinte. Quando os diferentes segmentos da cadeia são produzidos em unidades de produção (subcontratantes ou filiais) que estão localizadas em países diferentes, estamos em presença de uma segmentação internacional das cadeias produtivas. Cada segmento é caracterizado por uma técnica de produção que pode mudar ao longo do tempo. À medida que os produtos manufaturados se tornam mais e mais sofisticados tecnologicamente, o número de fases da cadeia produtiva aumenta e a produtividade nas diferentes fases muda rapidamente; neste contexto um país tende a especializar-se apenas em determinados segmentos.

Em segundo lugar, as estratégias empregadas pelas empresas multinacionais fomentaram o comércio internacional e a segmentação internacional dos processos produtivos. Desse modo, as empresas têm desenvolvido políticas de abastecimento baseadas em adquirir insumos de fornecedores internacionais, inclusive de países geograficamente distantes, com o objetivo de um melhor aproveitamento das vantagens comparativas dos diferentes países. Outsourcing, ou seja, a importação de insumos intermediários por empresas nacionais tem constantemente crescido e pode ser interpretado como uma resposta ao aumento da competitividade internacional e da concorrência das importações. A segmentação internacional dos processos de produção tem levado a modificações na estrutura do comércio internacional e nos padrões de especialização dos países.

Em regiões do mundo nas quais a integração produtiva já é um fenômeno generalizado, especialmente no leste asiático, este já se tornou um fator determinante importante dos padrões de fluxo de comércio e investimentos da região. As cadeias produtivas asiáticas passaram da exportação à produção internacional e reorganizaram suas atividades nos diferentes países da região com o objetivo de reduzir os custos e melhorar sua capacidade de reação às mudanças tecnológicas e exigências do mercado.

A integração produtiva, além de aumentar a competitividade das cadeias produtivas, traz com conseqüência, entre outras, maiores oportunidades de integração das PMEs no mercado internacional, oportunidades de transferência de tecnologia entre os países, optimização dos gastos em P+D e a redução das assimetrias existentes entre países com diferentes níveis de desenvolvimento econômico.

Políticas públicas nacionais podem influenciar a participação das cadeias produtivas de um determinado país em processos de integração internacional.