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Amaral defende ampliação dos investimentos japoneses no processo de privatização

06/11/2001

Tóquio, 06/11

O ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, defendeu ontem que o Japão amplie suas possibilidades de investimentos no processo de privatização brasileiro, ainda que as principais privatizações já tenham sido concluídas. Amaral demonstrou que a participação japonesa no processo de privatização brasileira foi de apenas 1,16% do total dos investimentos feitos no país entre 1998 e 2000, enquanto a Espanha respondeu, sozinha, por quase 25%.

“O Japão sempre foi um parceiro comercial e financeiro importante e não pode ficar muito atrás, como ficou”, afirmou o ministro na manhã desta terça-feira durante a abertura do seminário “Oportunidades de Comércio e de Investimentos no Brasil”. O Japão, segundo o ministro, por ser a segunda economia mundial, não pode ficar muito atrás de outros blocos econômicos – como a União Européia e mesmo eventualmente a Alca - na relação comercial com o Brasil e o Mercosul.

O seminário foi organizado pela Jetro (Japan External Trade Organization), a entidade japonesa responsável por promover as exportações nipônicas (a exemplo da brasileira Câmara de Comércio Exterior – Camex). A Jetro possui dois escritórios no Brasil e tem ampliado, dessa forma, a lista de possíveis produtos da pauta de importação do Japão, o que inclui produtos de maior valor agregado, como software e autopeças.

Do lado brasileiro, o seminário conta com a participação do presidente do BNDES, Francisco Gros, do secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior, Roberto Giannetti, e de uma comitiva de 35 empresários de vários setores. Além de participarem do encontro, os empresários têm desenvolvido uma programação paralela com seus respectivos setores no Japão.

Segundo Amaral, o objetivo principal de sua visita ao Japão foi o de relançar as bases do relacionamento econômico e financeiro entre os dois países, que havia sido bastante intenso na década de 70 –especialmente durante o período em que houve os investimentos do Prodecer (que resultou no avanço da fronteira agrícola e da produção de soja no cerrado brasileiro.

“Agora, o Brasil é um outro país, muito distinto daquele dos anos 70. E mudou para muito melhor. Somos uma democracia estabilizada, temos uma economia organizada, a inflação sob controle e uma moeda estável”, afirmou o ministro Sergio Amaral.

“Se os japoneses tiveram a coragem de cruzar os oceanos há mais de cem anos e acreditaram no Brasil de outros tempos, ajudando inclusive a formar o nosso povo, podem reconhecer que agora a situação é de um outro país”, disse Amaral.

Citando alguns números, o ministro lembrou que no último ano a balança comercial entre os dois países apresentou um déficit de US$ 487 milhões para o Brasil, sem contar que o volume de importações e de exportações também caiu significativamente ao longo dos últimos anos.

Amaral voltou a criticar as barreiras –especialmente as não-tarifárias- que são impostas aos produtos brasileiros. “Exportar é a prioridade das prioridades do governo brasileiro e da comunidade produtiva brasileira neste momento. Estamos fazendo o que é possível internamente, como eliminar burocracias ou simplificar procedimentos. Mas, para isso, precisamos romper as barreiras e os impedimentos que existem em outros países, como é o caso aqui mesmo do Japão”, afirmou.

O ministro disse que, “infelizmente”, teria de registrar que a discussão entre o governo japonês e o brasileiro para a liberação da exportação de manga para o Japão tinha completado 30 anos.

Ele apresentou a um grupo formado por gerentes de exportação de empresas e de tradings japonesas os principais dados da economia brasileira - como: controle da inflação ; resultados decorrentes das privatizações; ampliação do número de telefones à disposição da população entre outros.

Amaral apresentou, também, dados da evolução social, como: o acesso das crianças à escola; redução da mortalidade infantil; controle da aids e da reforma agrária. Ele destacou que o Brasil ainda necessita de investimentos, especialmente na área de energia e de transportes, e disse que os empresários japoneses poderão participar desse esforço.

Segundo o embaixador do Brasil no Japão, Ivan Cannabrava, a visita do ministro Sergio Amaral a Tóquio “certamente trará novos e importantes ingredientes na relação entre os dois países”. Cannabrava afirmou que a embaixada estará dedicando toda a sua estrutura para consolidar essa relação.

Almoço - Logo após a abertura do seminário, realizado no Hotel New Otani, o ministro Sergio Amaral seguiu para a sede da Jetro, onde foi recebido pelo chairman da Jetro, Noburo Hatakeyama, em almoço.

Segundo ele, o empresariado japonês viu como sendo “de grande importância” o fato de o governo brasileiro ter colocado o Japão entre os países prioritários para ampliar suas exportações. Hatakeyama elogiou ainda os avanços que decorreram do processo de abertura de mercado no Brasil.

http://www.comexresponde.gov.br/sitio/interna/noticia.php?area=2¬icia=3857