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Japoneses e brasileiros fazem acordo para uso de álcool combustí

07/11/2001

Brasília, 07/11

Na presença do ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, foi assinado ontem o primeiro acordo comercial de compra e venda de álcool etílico anidro carburante (usado na mistura com a gasolina para utilização em veículos automotores) para o mercado japonês.

Pelo acordo, a Mitsui Corporation, a maior trading company do Japão, passa a ter a preferência na aquisição de álcool combustível para revenda no mercado nipônico, no caso de ele ser aprovado pelo governo japonês como aditivo para a gasolina.

Pelo lado brasileiro, assinaram o acordo a Coimex (Companhia Importadora e Exportadora) e a Única (União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo), no caso representando três usinas de processamento de álcool: Coopersucar, Crystalsev e Cosan S.A . Juntas, as três representam cerca de 70% da produção de álcool combustível no Estado de São Paulo.

O mercado japonês consome 55 bilhões de litros de gasolina por ano. Caso seja aprovada a mistura do álcool combustível à gasolina na proporção de 10% - o que já é feito em alguns Estados norte-americanos, como Nebrasca - , representantes do lado brasileiro estimam que há um potencial de 5,5 bilhões de litros de álcool combustível que podem ser comercializados com o Japão em alguns anos. A meta inicial, no entanto, é conseguir pelo menos 20% dessa fatia em até dois anos.

O Brasil produziu no ano 2000 cerca de 10,6 bilhões de litros de álcool combustível, mas chegou à quantidade de 15,4 bilhões em 1998. Estima-se, portanto, que a dimensão do excedente exportável de álcool seja de 4 bilhões de litros por ano.

Na última segunda-feira, durante todo o dia foi realizado um seminário denominado “A importância da utilização do etanol na mistura com a gasolina no Japão”, patrocinado pela Mitsui e pela Coimex. Nele foram discutidas algumas soluções adotadas em outros países e discutidas as conseqüências positivas para o meio ambiente obtida com a redução da emissão de monóxido e de dióxido de carbono.

Plástico biodegradável - Também foi assinado um outro documento, denominado “Memorando de Entendimento”, no qual a Mitsui e a Coimex reforçam a compra e venda preferencial de álcool combustível e a troca de experiências em projetos científicos. No caso, a Mitsui quer desenvolver com as usinas uma proposta de produção em que haja a redução de 40% da energia utilizada para obter o álcool.

Outro projeto, considerado ousado e de ponta, é a produção de biopolímeros (plástico biodegradável) a partir da biomassa obtida com a produção do álcool (ou seja, bagaço de cana). A Mitsui é uma das três empresas que dominam essa tecnologia no mundo – as outras são a Shimizu, japonesa, e a Dow Chemical, norte-americana.

Pouco antes da assinatura dos atos, o ministro Sergio Amaral e o embaixador do Brasil no Japão, Ivan Cannabrava, foram recebidos pelo presidente da Mitsui Corporation, Shinjiro Shimizu –que já morou no Brasil durante seis anos na década de 70 e fala fluentemente o português.

Amaral destacou os esforços empresariais que a Mitsui vem fazendo nos últimos anos no Brasil nas áreas de químicos, alimentares, máquinas, transportes, telecomunicações e aço, que alcançaram US$ 9,4 milhões de dólares no ano 2000. O ministro lembrou ainda do interesse da trading japonesa por investir em novas áreas no Brasil, como a do etanol e a da produção de componentes para a indústria de eletro-eletrônicos – área onde o Brasil ainda apresenta déficit comercial da ordem de US$ 6 milhões por ano.

http://www.comexresponde.gov.br/sitio/interna/noticia.php?area=2¬icia=3864