Ministro anuncia negociação entre Mercosul e México
25/10/2001
(Brasília, 25/10)O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sergio Amaral, afirmou ontem, durante um seminário na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, a retomada das negociações entre Mercosul e México. Paralisadas há mais de um ano, as conversações foram reiniciadas após um acordo com o governo argentino, feito no dia 9 deste mês, em São Paulo, para que o Brasil fosse o interlocutor entre o bloco sul-americano e o governo e empresariado mexicanos.
As conversações fazem parte da política de esforço de abertura de mercado e maior agressividade nas exportações promovido pelo ministro. Nós não devemos dizer não a nenhuma oferta de negociação comercial porque o nosso objetivo é abrir mercado para os nossos produtos. Nossas exportações para o México estão crescendo de uma forma muito expressiva e precisamos trabalhar isso, afirmou Sergio Amaral durante coletiva realizada no Itamaraty.
O ministro Sergio Amaral enfatizou que o acordo deverá ser fechado no âmbito do 4+1 (Mercosul e México) e não entre o bloco sul-americano e o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). A idéia é que o acordo seja fechado antes de 2005, quando devem ser encerradas as negociações para a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
Sergio Amaral destacou, ainda, que a retomada do crescimento da economia mundial está ligada às decisões da rodada multilateral da Organização Mundial do Comércio, entre os dias 9 e 14 de novembro em Doha, capital do Catar. Essa rodada poderá ser chamada de a Rodada do Desenvolvimento, se permitir o acesso dos produtos de países mais pobres aos mercados dos mais ricos, afirmou o ministro.
Além do acesso aos mercados, o ministro destacou a política de agregação de valores. O Brasil precisa migrar da exportação de commodities para a exportação de produtos com maior agregação de valor. Ou seja, em vez de exportar só café, devemos exportar café torrado, café solúvel, café especial, um café que tenha a sua marca, explicou.
Outro aspecto envolvido na alavancada das exportações é o da remoção dos entraves comerciais e sanitários. Precisamos criar condições para um aumento das exportações brasileiras na área da agroindústria. Nós somos enormemente competitivos e enfrentamos barreiras que precisamos derrubar, disse Amaral ao apresentar dados sobre a entrada de produtos brasileiros em três mercados.
Segundo o ministro, o suco de laranja enfrenta tarifa de 56% para entrar nos Estados Unidos. Situação semelhante ocorre com a carne de frango. Para entrar na União Européia, o produto é taxado em 46,25%. O Japão proíbe a entrada de frutas tropicais sob alegação de incidência da mosca da fruta mediterrânea, mariposa e outras pragas.