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Sergio Amaral fala sobre reunião da OMC

07/11/2001

Tóquio, 07/11

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sergio Amaral, disse hoje, pouco antes de embarcar em Tóquio para a reunião da Organização Mundial do Comércio – OMC – no Qatar, que o Brasil vai negociar de forma agressiva contra as restrições aos produtos brasileiros.

Qual é a sua expectativa para a reunião de trabalho em Doha?

Como eu tenho dito muitas vezes, o Brasil é um país muito competitivo. E um dos impedimentos para uma ampla expansão das exportações são as barreiras que os nossos produtos sofrem para entrar nos mercados dos países de mais alto poder aquisitivo. E, por isso, nós devemos estar presentes em Doha com a disposição de que essa rodada possa ser lançada e que nela se possa negociar de forma agressiva.

Na minha avaliação, essa rodada será lançada. Nesse momento da economia mundial, seria muito difícil que os países se oponham ao que pode representar talvez o único sinal positivo que a comunidade internacional pode dar para a retomada da economia mundial.

Mas o que o Brasil pensa é que não vale a pena apenas lançar a rodada, mas que ela tenha substância. E é preciso que os parceiros do Brasil estejam dispostos a pôr, sobre a mesa, as questões reais, ou seja, as barreiras comerciais que impedem a entrada de produtos brasileiros.

Qual é o trunfo que o Brasil está levando nessa negociação?

Acho que o Brasil leva uma vantagem muito clara nessa rodada, diferentemente das outras. É que o Brasil hoje não deve explicações a ninguém. Antes o Brasil era percebido de outra maneira, pois tinha uma série de instrumentos protecionistas. Hoje o Brasil abriu sua economia e se tornou um país competitivo, e é um país que vai numa posição ofensiva, e não defensiva.

Outra vantagem que o Brasil leva é que ele tem canais de comunicação muito abertos, com todos os grandes grupos que estarão nessa negociação. O Brasil faz parte do grupo de Caires, no qual fazem parte os países que são exportadores agrícolas. O Brasil tem canal aberto com a União Européia, com os Estados Unidos e com o Japão, mas, sobretudo, com os vários países em desenvolvimento que vão estar lá pleiteando uma causa inteiramente justa: não se justifica que os países ricos mantenham barreiras protecionistas que impedem que os produtores em países mais pobres possam vender seus produtos para os consumidores dos países mais ricos em benefício de ambos.

O senhor ou a delegação brasileira vai a Doha sob algum receio no que se refere à segurança?

Acho que, sinceramente, há um clima de incertezas e de apreensão, mas certamente o governo do Qatar assegurou que estarão sendo tomadas todas as medidas e eu tenho certeza de que serão tomadas. Eu acredito que tudo poderá transcorrer em ordem.

Qual será sua agenda na reunião?

Além da participação nas reuniões da conferência, eu vou aproveitar a reunião de Doha para ter uma série de encontros bilaterais, com países que têm interesses especiais para o Brasil. Assim como eu combinei aqui (em Tóquio), eu vou me encontrar com o ministro da Economia, Indústria e Comércio do Japão. Eu devo também me avistar com os ministros de comércio de outros países em relação aos quais nós temos de ampliar nossas relações comerciais –ou já estamos ampliando -, como é o caso da China e da Índia. E devo conversar, também, com o ministro do Comércio dos Estados Unidos, Dom Evans – cuja conversa esteve marcada para a semana passada em Washington, mas preferimos adiar para Doha -, para falar sobre a questão do protecionismo norte-americano em relação ao aço.

Eu falei muito sobre isso nos Estados Unidos, mas acho importante reiterar pessoalmente a ele as nossas preocupações. Deverei também me encontrar com o ministro do Comércio do México, pois nós decidimos retomar o acordo de livre comércio com aquele país e, por isso, temos de conversar.

http://www.comexresponde.gov.br/sitio/interna/noticia.php?area=1¬icia=3865