INPI pesquisa antídotos contra o Antraz

13/11/2001

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) - órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) - encontrou 155 patentes relacionadas a antídotos para a bactéria antraz . A descoberta, que ocorreu durante levantamento no acervo do banco de patentes do INPI, vai servir como fonte de pesquisa para os laboratórios oficiais na produção de remédios contra o antraz.

Como a maioria das patentes encontradas pelo INPI é de domínio público, ou seja, podem ser usadas sem custos, os laboratórios poderão fabricar medicamentos mais baratos. Para isso, o INPI entregou a pesquisa ao Ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, que irá apresentá-la ao Ministro José Serra, da Saúde.

Algumas das patentes se referem ao medicamento Cipro, que é considerado o mais poderoso remédio contra o Antraz. Nos Estados Unidos, o Cipro criou polêmica, já que o governo americano ameaçou conceder licença compulsória para sua patente.

Foi baseado em uma pesquisa do INPI sobre patentes relacionadas a medicamentos contra a AIDS que o laboratório Farmanguinhos, da Fundação Instituto Oswaldo Cruz, passou a produzir sete dos 12 remédios que fazem parte do coquetel anti-AIDS, diminuindo os custos de produção em até 40%.

O levantamento do INPI resgatou também a importância dos brasileiros na história do combate ao Antraz. A vacina contra o Antraz (Vacina Anticarbunculo, Manguinhos) foi patenteada em 1918 por Alcides Godoy e Astrogildo Machado, que então trabalhavam no Instituto Oswaldo Cruz.