RSS do Ministério do Desenvolvimento

 

Busca Avançada

Preencha os campos abaixo para encontrar o que deseja:
 


Página Inicial » Comércio Exterior » Notícias » Almoço com empresários marca início de nova fase entre Brasil e Japão

Almoço com empresários marca início de nova fase entre Brasil e Japão

05/11/2001

Tóquio - 05/11

Como parte da política de atração de investimentos estrangeiros para o Brasil, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sergio Amaral, reuniu-se, nesta segunda-feira, em Tóquio, com 11 representantes de grandes empresas japonesas com interesses ou negócios no Brasil. Ao final do encontro, Amaral afirmou que os empresários estão convencidos de que está na hora de se retomar a prioridade das relações comerciais e de investimentos entre o Brasil e o Japão.

“Eles estão cientes de que precisam trabalhar para retomar o tempo perdido, que resultou, por exemplo, numa pequena participação de empresas japonesas no processo de privatização brasileira”, afirmou o ministro. “Eles também têm ciência de que está em curso um processo de aproximação entre o Brasil e o Mercosul com a União Européia e mesmo com a Alca. Se os empresários japoneses não tomarem posição, poderão ficar novamente numa situação de perda”, completou.

A reunião entre Amaral e os empresários ocorreu num almoço oferecido pelo embaixador do Brasil no Japão, Ivan Cannabrava, na residência oficial. Além de empresas com tradição de investimentos no Brasil, também estiveram presentes três representantes da Keidanren (espécie de confederação da indústria japonesa), entre eles o presidente da entidade, Takashi Imai, presidente da Nippon Steel Corporation. Com Imai, Amaral tratou do protecionismo do aço pelo governo norte-americano.

Durante o almoço, o ministro e o embaixador demonstraram aos empresários japoneses a atual situação econômica brasileira –com destaque para o controle da inflação e para as reformas constitucionais-, e os potenciais produtos e serviços que podem interessar aos investidores japoneses. O encontro serviu, por exemplo, para deixar claro que o governo brasileiro tem interesse em trocar experiências na área de energia, de software e de transportes.

No caso brasileiro, um dos destaques para atração de investimentos na área de transportes é o Porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro. Ele integra um sistema formado por uma malha ferroviária e hidroviária interligada, que percorre boa parte do interior do país.

Estiveram presentes no almoço os seguintes empresários:

1) Hidehiko Haru, vice-presidente executivo da Tokyo Electric Power Company Inc. Fornecedora de energia elétrica para Tóquio, opera usinas termelétricas, nucleares e eólicas. Só em energia nuclear, tem capacidade de gerar um bilhão de megawatts. Participa de um projeto do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) voltado para a geração de energia limpa no Brasil e no México.

2) Masataka Hattori, consultor sênior da Nomura Securities Co. Ltd. Trabalha no setor de seguros e negócios correlatos. A Nomura é o banco de investimentos japonês com o mais longo e abrangente envolvimento financeiro com o Brasil. É responsável pelo lançamento de títulos brasileiros no Japão (os “samurai bonds”).

3) Takashi Imai, presidente da Nippon Steel Corporation. É também o presidente da Keidanren (espécie de confederação das indústrias japonesas). A empresa ocupa o primeiro lugar no setor siderúrgico no Japão, com faturamento anual de US$ 20 bilhões. O Brasil é o segundo maior fornecedor de minério de ferro (10,4 milhões de toneladas em 2000) e de pelotas para a Nippon Steel, por meio da Vale do Rio Doce. Participa ainda na exploração de minas em Carajás e tem projetos também nas áreas de polpa e papel e alumínio.

4) Minoru Makihara, presidente do conselho da Mitsubishi Corporation. Ele chefia o grupo que coordena as visões empresariais japonesas na área de serviços junto à OMC (Organização Mundial do Comércio). Considerada hoje uma das maiores empresas do mundo, com 694 subsidiárias, a Mitsubishi tem negócios em várias áreas, desde tecnologia da informação até petroquímico, passando por gás e petróleo e sistema de comunicação por satélite. Obteve lucro consolidado de US$ 49,4 bilhões no ano passado. No Brasil, atua nos setores de metalurgia, maquinaria, produtos químicos e alimentação. Tem demonstrado interesse em investir também em usinas termoelétricas.

5) Kunihiko Matsuo, presidente da Inpex Corporation. Empresa criada há 35 anos para assegurar a provisão de gás natural e de petróleo para o Japão. Opera em 15 países, especialmente na exploração de gás natural. No Brasil, tem dois projetos “offshore” na bacia petrolífera de Campos (RJ). A empresa define o Brasil como “uma das mais promissoras do mundo”.

6) Minoru Murofushi, chairman da Itochu Corporations. Um dos maiores entusiastas do relacionamento do Japão com o Brasil, ele coordenou a redação de um documento empresarial que trata da relação entre os dois países no século 21. É o interlocutor entre a Keidanren e o seu homólogo brasileiro, a CNI (Confederação Nacional da Indústria). “A economia e a indústria brasileiras renasceram após as medidas de liberalização, abertura e reforma implantadas durante a década de 90”, afirmou. Segundo ele, empresas japonesas estão perdendo mercado no Brasil para empresas norte-americanas e européias. A empresa é uma das cinco maiores tradings do Japão, dividindo-se em seis áreas: têxteis, máquinas e equipamentos, tecnologia eletrônica e espacial, metalurgia, energia e produtos químicos e engenharia. No Brasil, a Itochu movimentou negócios da ordem de US$ 2 bilhões. Participa de vários projetos no Brasil e recentemente atuou na formação do consórcio que adquiriu todo o capital da recém-privatizada Cenibra (Celulose Nipo-Brasileira S.A.).

7) Masamoto Tazaki, presidente da Kawasaki Heavy Industries Ltd. A empresa atua na área de geração de energia, robôs industriais, navios, equipamentos aeroespaciais e hidráulicos, fábricas de incineração de resíduos e de manufaturas e equipamentos de perfuração de túneis, entre outros. Faturou US$ 8,5 bilhões no ano passado. Dentro do seu plano de priorizar a médio prazo o setor aeroespacial, trabalha em cooperação com a Embraer em alguns itens do projeto do modelo 190-100, como design, manufatura de partes do avião, atividades de certificação e produtos de apoio.

8) Yukitoshi Funo, diretor da Toyota Corporation responsável pelas operações na América. A Toyota é um dos três maiores fabricantes mundiais de automóveis e é a empresa de maior faturamento no Japão, à exceção das tradings. Em 2001, vendeu 13,4 milhões de veículos no Japão. A subsidiária brasileira (a empresa está no Brasil desde 1958) foi escolhida pela matriz como um dos pontos focais de sua nova estratégia de expansão em cadeia global. A idéia é usar as unidades brasileiras (São Bernardo e Indaiatuba, São Paulo) como plataforma de integração com as outras subsidiárias, na Argentina e na Venezuela. Quer conquistar 10% da demanda de veículos automotores no Mercosul (cerca de 250 mil unidades/ano).

9) Masataka Kataoka, presidente da Alps Electric Co., Ltd. Voltada inicialmente para produzir equipamentos elétricos e eletrônicos, hoje sua linha de produtos abrange impressoras, sistemas eletrônicos para a indústria automobilística, sensores, sistemas de controle remoto, de lentes ópticas e de instrumentos a laser. Está presente no Brasil desde 1973, onde possui três fábricas: uma em São Paulo e duas em Curitiba, além de uma empresa voltada para a comercialização, instalada em Manaus.

10) Shinjiro Shimizu, presidente da Mitsui Corporation. É a maior trading company do Japão. As atividades da empresa estão voltadas para a intermediação de operações comerciais e financeiras com empresas internacionais. No Brasil, trabalha com produtos químicos, alimentares, máquinas, transporte, aço e telecomunicações, entre outros. Os negócios com o Brasil alcançaram US$ 9,4 milhões em 2000. Exportou do Brasil soja, café, suco de laranja e minério de ferro para o Japão, no total de US$ 1,4 milhão. Importou máquinas e produtos químicos, no valor de Us$ 6,4 milhões no mesmo ano. É a principal empresa japonesa interessada no projeto do uso do etanol (álcool combustível) brasileiro na mistura com a gasolina no Japão.

11) Kenji Tamiya, conselheiro de corporação da Sony Corporation. O conglomerado Sony é um império de US$ 3,8 bilhões em capital social registrado, presente em 36 países. No Brasil, atua desde 1972, com sede em São Paulo e fábrica em Manaus. Fabrica televisores e aparelhos de som e comercializa produtos e peças oriundos do Japão. Foi o segundo maior produtor de TV e DVDs no Brasil em 2000. Este ano, deverá realizar negócios envolvendo cerca de US$ 400 milhões com o Brasil.

http://www.comexresponde.gov.br/sitio/interna/noticia.php?area=5¬icia=3844